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Um estudo conduzido pela Universidade Columbia nos Estados Unidos descobriu que adolescentes que fazem uso recreativo da maconha têm de duas a quatro vezes mais chances de desenvolver distúrbios psiquiátricos, como depressão e tendências suicidas, em comparação aos jovens que não usam a droga. Essa pesquisa é a primeira a identificar que o uso não abusivo de cannabis tem associações adversas e prejudiciais para adolescentes.
Publicado recentemente no JAMA Network Open, o estudo descobriu que o uso casual de cannabis pode colocar os adolescentes em risco de problemas comportamentais, incluindo baixo desempenho acadêmico, evasão escolar e problemas com a lei, que podem ter consequências negativas de longo prazo e impedir que esses jovens atinjam todo o seu potencial na idade adulta.
Os pesquisadores analisaram as respostas de aproximadamente 70 mil adolescentes com idade entre 12 e 17 anos que participaram da Pesquisa Nacional sobre Uso de Drogas e Saúde, que coleta anualmente dados sobre tabaco, álcool, drogas ilícitas e saúde mental. Os resultados mostraram que 1 em cada 10 adolescentes era usuário casual de cannabis e aproximadamente 1 em 40 preenchia os critérios para dependência de maconha.
Além disso, os usuários casuais da droga tinham de 2 a 2,5 vezes mais chances de ter problemas adversos de saúde mental e comportamentais em comparação com os adolescentes que não usavam cannabis. Já os jovens que atendiam aos critérios para vício tinham de 3,5 a 4,5 vezes mais chances de ter esses problemas.
O uso de maconha na adolescência está associado à dificuldade de raciocínio, resolução de problemas e memória reduzida, bem como ao risco de dependência de longo prazo. Vários estudos mostram que a cannabis pode alterar o desenvolvimento do córtex cerebral, o centro de raciocínio e função executiva do cérebro, representando um risco particularmente alto nessa faixa etária, quando o cérebro ainda não amadureceu.
Os resultados do estudo levantam questões sobre a necessidade de reavaliar os critérios usados para estabelecer um diagnóstico de transtorno por uso de substâncias em jovens. Isso é particularmente preocupante, dada a popularidade da cannabis e a ampliação da legalização do uso recreativo da droga. Entre adolescentes, o uso de maconha é ilegal mesmo em estados onde a cannabis é legalizada, mas isso não os impede de ter acesso a ela.
O próximo passo da equipe é avaliar se o uso casual de nicotina e álcool por adolescentes também demonstra efeitos adversos e prejudiciais na função cerebral, saúde mental e dependência de longo prazo.